Diferença Entre Empréstimo Pessoal e Consignado: Qual Escolher?

Quando surge a necessidade de conseguir dinheiro rápido — seja para quitar dívidas, fazer uma compra importante ou lidar com uma emergência — uma das dúvidas mais comuns é: qual tipo de empréstimo vale mais a pena, o pessoal ou o consignado?

Ambos oferecem crédito para pessoas físicas, mas possuem condições, regras e custos diferentes.
Entender essas diferenças é essencial para escolher a opção mais adequada ao seu perfil e evitar comprometer o orçamento.

Neste artigo, você vai entender em detalhes como funcionam o empréstimo pessoal e o empréstimo consignado, quais são as principais diferenças entre eles, seus prós e contras, e quando cada um faz mais sentido.


O que é um empréstimo pessoal

O empréstimo pessoal é a modalidade mais tradicional do mercado.
Ele consiste em uma quantia de dinheiro que o banco ou a financeira empresta ao cliente, que se compromete a devolver em parcelas fixas, com juros e prazos definidos em contrato.

Esse tipo de crédito não exige garantias reais (como imóvel ou veículo) nem desconto direto em folha de pagamento.
A liberação do valor depende de uma análise de crédito, na qual o banco avalia o perfil financeiro, o histórico de pagamentos e o score do solicitante.

Por ser um crédito de maior risco para o banco — já que não há garantia —, as taxas de juros tendem a ser mais altas.
Em compensação, ele oferece flexibilidade: qualquer pessoa pode solicitar, e o uso do dinheiro não precisa ser justificado.


O que é um empréstimo consignado

O empréstimo consignado é uma modalidade de crédito em que as parcelas são descontadas diretamente da folha de pagamento ou do benefício do INSS.

Por conta dessa garantia, o risco de inadimplência é muito menor, o que permite aos bancos oferecerem juros mais baixos e prazos mais longos.

O consignado é voltado principalmente para:

  • aposentados e pensionistas do INSS;
  • servidores públicos;
  • militares das Forças Armadas;
  • e trabalhadores de empresas privadas conveniadas.

Nessa modalidade, o cliente autoriza o desconto automático das parcelas antes mesmo de receber o salário ou benefício.
Assim, o banco tem segurança de que o valor será pago — e o cliente, em troca, tem acesso a taxas mais atrativas.


Principais diferenças entre empréstimo pessoal e consignado

Embora ambos sejam empréstimos para pessoa física, suas condições são bastante distintas.
Veja a comparação:

CaracterísticaEmpréstimo PessoalEmpréstimo Consignado
Forma de pagamentoBoleto ou débito em contaDesconto automático em folha
Juros médiosMais altos (15% a 30% ao mês em média)Mais baixos (1% a 3% ao mês em média)
Necessidade de garantiaNão exige garantiaPagamento garantido via salário/benefício
Público elegívelQualquer pessoa aprovada na análise de créditoAposentados, pensionistas, servidores e conveniados
Prazo de pagamentoCurto a médio (até 48 meses)Longo (até 96 meses, dependendo do convênio)
Risco de inadimplênciaAltoBaixo
Facilidade de contrataçãoAlta, inclusive onlineDepende do convênio e autorização da folha
Uso do dinheiroLivreLivre

Ambas as modalidades têm vantagens e desvantagens — o ideal é avaliar qual delas se encaixa melhor na sua realidade financeira.


Vantagens do empréstimo pessoal

Apesar de ter juros mais altos, o empréstimo pessoal oferece benefícios importantes para quem precisa de flexibilidade e agilidade.

1. Acesso facilitado

É uma das modalidades mais democráticas do mercado.
Basta ter CPF regular e passar pela análise de crédito. Muitos bancos digitais permitem simular e contratar diretamente pelo aplicativo.

2. Uso livre do dinheiro

O valor pode ser usado para qualquer finalidade: pagar contas, investir em um negócio, reformar a casa ou realizar um sonho pessoal.

3. Processo rápido e digital

Na maioria das instituições, a análise é automatizada e o dinheiro cai na conta em poucas horas, especialmente em bancos digitais.

4. Possibilidade de antecipação

É possível quitar o empréstimo antes do prazo e obter desconto proporcional nos juros.


Desvantagens do empréstimo pessoal

  1. Juros elevados: por não ter garantia de pagamento, os bancos compensam o risco com taxas maiores.
  2. Maior risco de endividamento: a facilidade de acesso pode levar o consumidor a contratar valores acima do necessário.
  3. Exigência de bom score: clientes com histórico de inadimplência podem ter dificuldade para aprovação.

Em resumo, o empréstimo pessoal é ideal para quem precisa de dinheiro rápido, mas tem controle financeiro e capacidade de pagar as parcelas em dia.


Vantagens do empréstimo consignado

O consignado é conhecido por ser uma das modalidades de crédito mais vantajosas em termos de custo e segurança.

1. Juros menores

Como o pagamento é descontado diretamente do salário ou benefício, o risco para o banco é reduzido.
Por isso, as taxas são muito mais baixas em comparação ao empréstimo pessoal comum.

2. Prazos maiores

As parcelas podem ser distribuídas em até 96 meses, permitindo pagamentos mais leves no orçamento.

3. Facilidade de aprovação

Como o desconto é automático, o banco não precisa fazer uma análise de risco tão rigorosa. Mesmo quem tem o nome negativado pode ter acesso, dependendo do convênio.

4. Estabilidade nas parcelas

Os valores são fixos e descontados automaticamente, evitando esquecimento e atrasos.


Desvantagens do empréstimo consignado

Apesar dos benefícios, o consignado também tem limitações que precisam ser consideradas.

  1. Público restrito: só pode ser contratado por quem se enquadra nas categorias permitidas.
  2. Comprometimento de renda: o valor das parcelas é descontado automaticamente, reduzindo o salário líquido disponível.
  3. Risco de endividamento futuro: por ser fácil de contratar, muitos acabam acumulando contratos e comprometendo boa parte da renda.
  4. Dificuldade de cancelamento imediato: como o desconto é feito direto na folha, o cancelamento pode levar mais tempo para ser processado.

Taxas de juros: por que são diferentes?

A principal diferença entre os dois tipos de empréstimo está nas taxas de juros.
Elas são definidas com base no risco de inadimplência.

  • No empréstimo pessoal, o banco depende da palavra e do histórico do cliente para garantir o pagamento. Como não há uma fonte direta de cobrança, o risco é alto — e os juros também.
  • No consignado, o valor é descontado automaticamente. O risco é quase nulo, o que permite juros muito mais baixos.

Por isso, o consignado costuma ser até 70% mais barato do que o empréstimo pessoal comum.


Quando vale a pena escolher o empréstimo pessoal

O empréstimo pessoal é mais indicado quando:

  • você precisa de agilidade e não tem vínculo com empresa conveniada;
  • possui bom histórico financeiro e consegue boas condições de juros;
  • precisa de liberdade de escolha sobre o uso do dinheiro;
  • ou quer evitar comprometer diretamente o salário com descontos automáticos.

Ele também é uma boa opção para autônomos, profissionais liberais e microempreendedores, que não têm folha de pagamento formal.


Quando o consignado é a melhor escolha

O consignado é mais vantajoso quando:

  • você é aposentado, pensionista, servidor ou trabalha em empresa conveniada;
  • busca juros mais baixos e parcelas fixas de longo prazo;
  • quer reduzir o custo de outras dívidas trocando por uma taxa menor (portabilidade de crédito);
  • tem dificuldade de aprovação em modalidades tradicionais e quer aproveitar a facilidade de pagamento via desconto automático.

No entanto, é essencial analisar o impacto das parcelas no orçamento e garantir que o desconto não comprometa despesas básicas.


É possível ter os dois tipos de empréstimo?

Sim.
Nada impede que uma pessoa tenha um empréstimo consignado e, ao mesmo tempo, um empréstimo pessoal ativo — desde que tenha capacidade financeira para honrar ambos.

Mas é preciso cautela.
Acumular dívidas pode aumentar o endividamento e prejudicar o score de crédito.
O ideal é manter apenas o que for realmente necessário e evitar sobrecarregar o orçamento.


Portabilidade e refinanciamento

Tanto no empréstimo pessoal quanto no consignado, o cliente tem direito à portabilidade de crédito — ou seja, transferir o contrato para outro banco com condições melhores.

Além disso, há a opção de refinanciamento, que permite renegociar o saldo devedor e aumentar o prazo de pagamento.
Essas alternativas podem reduzir os juros, desde que o cliente mantenha disciplina para não contrair novas dívidas simultaneamente.


Como comparar propostas de forma eficiente

Antes de fechar um contrato, compare pelo menos três ofertas diferentes.
Verifique:

  • o Custo Efetivo Total (CET), que mostra o custo real da operação;
  • o prazo e o valor final pago;
  • se há taxas adicionais, como seguro ou tarifas administrativas;
  • e a reputação da instituição financeira.

A comparação é o passo mais importante para garantir que o crédito seja uma solução — e não um novo problema.


Dicas para contratar com segurança

  1. Sempre confirme se a empresa é registrada no Banco Central.
  2. Leia todo o contrato antes de assinar, incluindo letras pequenas.
  3. Nunca pague taxas antecipadas para liberar o crédito.
  4. Desconfie de promessas de aprovação imediata.
  5. Guarde todos os comprovantes e comunicações da negociação.

Essas práticas simples evitam golpes e garantem uma contratação segura.


Conclusão

O empréstimo pessoal e o consignado são ferramentas diferentes para finalidades diferentes.
O primeiro oferece liberdade e rapidez, mas cobra mais caro por isso.
O segundo tem juros mais baixos e segurança no pagamento, mas é restrito a públicos específicos.

A escolha ideal depende do seu perfil financeiro, da sua renda e da finalidade do crédito.
Mais importante do que a modalidade é ter clareza sobre o impacto das parcelas no orçamento e usar o dinheiro de forma planejada.

O crédito, quando bem utilizado, é um recurso útil para reorganizar as finanças ou realizar objetivos.
Mas, se mal administrado, pode se transformar em um peso desnecessário.
Por isso, a regra é simples: escolha com consciência, leia o contrato com atenção e nunca contrate por impulso.

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