Nos últimos anos, o termo “cashback” se tornou cada vez mais popular entre consumidores brasileiros. O conceito é simples: receber de volta uma parte do valor gasto nas compras. O que antes era um diferencial oferecido por poucos bancos, hoje se tornou um dos benefícios mais procurados por quem usa cartão de crédito no dia a dia.
Mas será que o cashback realmente vale a pena? E quais cuidados é preciso ter antes de escolher um cartão com esse tipo de vantagem?
Neste artigo, você vai entender como o sistema de cashback funciona, quais são os principais tipos disponíveis, as vantagens e limitações dessa modalidade e como avaliar se ela faz sentido para o seu perfil financeiro.
O que é cashback e como funciona
A tradução literal de cashback é “dinheiro de volta”. Em linhas simples, é um programa em que o consumidor recebe de volta uma porcentagem do valor gasto em compras feitas com o cartão de crédito.
Esse retorno pode ser creditado de diferentes formas:
- como desconto na fatura;
- como saldo em conta;
- ou até mesmo convertido em pontos ou bônus dentro de um aplicativo.
Por exemplo: se o seu cartão oferece 1% de cashback e você gasta R$ 1.000 em compras, recebe R$ 10 de volta. Pode parecer pouco, mas ao longo dos meses, esse valor acumulado representa uma boa economia — especialmente para quem utiliza o cartão com frequência e paga sempre o total da fatura.
Por que os bancos oferecem cashback
O cashback é, antes de tudo, uma estratégia de fidelização. Os bancos e fintechs perceberam que os clientes valorizam recompensas tangíveis — e nada é mais direto do que receber dinheiro de volta.
Além de incentivar o uso do cartão, o cashback ajuda as instituições a conhecer melhor o comportamento de consumo dos usuários. Com isso, podem oferecer produtos mais personalizados e aumentar a rentabilidade de longo prazo.
Portanto, embora pareça um benefício puramente para o consumidor, o cashback também é vantajoso para os emissores, pois estimula o uso contínuo do cartão.
Tipos de cashback existentes
Nem todo cashback funciona da mesma forma. Existem diferentes modelos no mercado, e entender essas variações é essencial para escolher o mais vantajoso para você.
1. Cashback direto na fatura
É o tipo mais comum. O valor acumulado é descontado automaticamente da próxima fatura do cartão, reduzindo o total a pagar. É simples e prático, pois não exige resgate manual.
2. Cashback em conta digital
Nesse modelo, o dinheiro retorna para a conta vinculada ao cartão. Isso permite usar o valor como quiser — transferir, investir ou pagar outras contas.
3. Cashback em parceiros e lojas específicas
Alguns programas de cashback só funcionam em compras realizadas em determinados estabelecimentos, sites ou aplicativos parceiros. Nesses casos, as porcentagens costumam ser mais altas, mas o uso é restrito.
4. Cashback convertido em pontos
Alguns cartões transformam o cashback em pontos, que podem ser trocados por produtos, viagens ou milhas aéreas. Embora seja uma forma indireta, é interessante para quem gosta de acumular recompensas.
Vantagens de ter um cartão com cashback
O cashback oferece benefícios reais quando bem utilizado. Entre os principais pontos positivos estão:
1. Economia automática
Diferente de programas de pontos, o cashback é simples e direto. O retorno é em dinheiro, sem necessidade de trocas ou resgates complicados.
2. Incentivo ao pagamento total da fatura
Como o valor devolvido é proporcional ao gasto, o cashback estimula o uso consciente do cartão — afinal, quem quer aproveitar o benefício precisa pagar a fatura em dia.
3. Facilidade de controle
Muitos aplicativos mostram o cashback acumulado em tempo real, o que ajuda o usuário a entender quanto está economizando.
4. Possibilidade de ganhos maiores em promoções
Bancos e lojas frequentemente realizam campanhas com percentuais de devolução maiores, especialmente em datas comemorativas ou eventos de compras online.
Pontos de atenção e limitações
Apesar das vantagens, o cashback tem algumas limitações que devem ser consideradas antes da escolha.
1. Percentuais baixos na maioria dos casos
A maioria dos cartões oferece entre 0,5% e 1,5% de devolução. Ou seja, é um benefício interessante, mas não deve ser visto como uma grande fonte de economia.
2. Cashback atrelado a planos pagos
Alguns bancos oferecem programas mais vantajosos apenas para quem paga mensalidade ou anuidade diferenciada. É importante calcular se o valor devolvido compensa o custo adicional.
3. Restrições de resgate
Em determinados programas, o cashback só pode ser usado dentro do ecossistema do banco ou após atingir um valor mínimo acumulado.
4. Estímulo ao consumo desnecessário
Por ser uma recompensa imediata, o cashback pode levar ao consumo por impulso. É importante lembrar que gastar para “ganhar de volta” pode gerar o efeito oposto: endividamento.
Como escolher o melhor cartão de crédito com cashback
Antes de se deixar levar pelas propagandas, analise alguns pontos essenciais:
- Compare as taxas. Verifique se há anuidade, tarifas ocultas ou custos adicionais.
- Avalie a porcentagem de devolução. Um bom programa deve oferecer cashback constante, sem depender de campanhas temporárias.
- Entenda as regras de resgate. Prefira cartões que disponibilizem o valor automaticamente na fatura ou em conta.
- Verifique o valor mínimo para saque. Em alguns casos, o cliente só pode resgatar a partir de R$ 20 ou R$ 50.
- Observe os limites de devolução. Alguns programas impõem teto mensal para o cashback.
Ao comparar essas condições, é possível encontrar o cartão que realmente gera benefícios no longo prazo.
Exemplos de cartões com cashback em 2025
Embora os programas mudem constantemente, alguns bancos e fintechs continuam se destacando pela eficiência e clareza de seus programas de cashback.
Entre as opções mais conhecidas no mercado brasileiro estão:
- Banco Inter: cashback automático em compras realizadas dentro do marketplace.
- C6 Bank: oferece cashback por meio do programa C6 Átomos (para planos específicos).
- PicPay Card: devolve parte das compras realizadas pelo app, com resgate direto em saldo.
- Nubank Ultravioleta: cartão premium com 1% de cashback que rende automaticamente a 200% do CDI.
- XP Visa Infinite: transforma o cashback em saldo de investimento, com rendimento automático.
Cada um desses modelos atende perfis diferentes. Por isso, o ideal é comparar não apenas a porcentagem de retorno, mas também os benefícios adicionais, como facilidade de resgate e ausência de taxas.
Quando o cashback vale a pena de verdade
O cashback é vantajoso quando usado com consciência e dentro de um orçamento equilibrado.
Ele não deve ser o principal motivo para escolher um cartão, mas sim um complemento que potencializa o uso responsável do crédito.
Se você paga sempre o valor integral da fatura e utiliza o cartão para gastos essenciais — como supermercado, combustível e contas recorrentes —, o cashback pode representar uma economia real no fim do mês.
Por outro lado, se o benefício faz você gastar mais do que precisa, ele perde completamente o sentido. O segredo está em usar o cartão como ferramenta de planejamento, e não como incentivo ao consumo.
Cashback x Programas de Pontos: qual é melhor?
Muitos consumidores ainda têm dúvida sobre o que é mais vantajoso: cashback ou programa de pontos.
A resposta depende do perfil de uso. O cashback é ideal para quem prefere retorno imediato e simplicidade. Já os programas de pontos beneficiam quem gasta mais e viaja com frequência, já que permitem a troca por passagens e produtos de alto valor.
Nos últimos anos, o cashback tem se tornado o preferido de quem busca praticidade e transparência. Diferente dos pontos, ele não depende de prazos, tabelas de conversão ou parceiros.
Cuidados para aproveitar o cashback com segurança
Para garantir que o benefício seja realmente vantajoso, siga algumas boas práticas:
- Pague sempre o total da fatura. O juro do rotativo anula qualquer benefício obtido com cashback.
- Acompanhe o saldo acumulado e evite esquecer resgates pendentes.
- Não compre por impulso apenas para receber devolução.
- Use o cartão de forma planejada, priorizando gastos essenciais.
- Leia as regras de cada programa — muitas delas mudam sem aviso prévio.
Essas atitudes simples garantem que o cashback trabalhe a seu favor, e não o contrário.
O impacto do cashback na educação financeira
Embora seja um benefício financeiro, o cashback também pode desempenhar um papel importante na educação financeira. Ele estimula o consumidor a entender melhor seus gastos e a buscar formas de economizar.
Ao perceber que pequenas porcentagens retornam em valor real, o usuário tende a valorizar o planejamento e o controle financeiro. Dessa forma, o cashback funciona como um incentivo prático para desenvolver hábitos mais saudáveis com o dinheiro.
Contudo, é importante enxergar o cashback como um bônus, não como uma renda adicional. Ele pode ajudar, mas não substitui o controle orçamentário nem elimina a necessidade de poupar.
Conclusão
O cartão de crédito com cashback pode ser um excelente aliado quando usado com consciência. Ele recompensa o consumo de forma simples e direta, ajudando o usuário a recuperar parte do valor gasto em compras.
No entanto, o benefício só faz sentido dentro de um uso responsável. O verdadeiro ganho não está no dinheiro devolvido, mas na forma como o consumidor administra suas finanças.
Escolher um cartão com cashback é uma decisão que deve levar em conta o perfil de uso, as taxas envolvidas e o comprometimento em manter as contas em dia. Quando essas condições são respeitadas, o cashback deixa de ser apenas um atrativo comercial e passa a ser uma ferramenta de economia real.



